Biotério Central implanta quatro novas linhagens de camundongos para pesquisas

O Biotério Central da UFMS, unidade vinculada ao Instituto de Biociências (Inbio), recebeu a doação de quatro novas linhagens especiais de camundongos: Nude, NSG, NOD e GFP. As novas linhagens são provenientes de doações do Biotério do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e do Instituto Gonçalo Moniz, da Fiocruz da Bahia. 

Os Biotérios doadores estabeleceram parceria com a Universidade através do apoio da Reitoria e da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, que incluiu a capacitação de servidores do Biotério Central da UFMS nestas instituições. As linhagens foram enviadas por transporte aéreo à Cidade Universitária e recebidas nos meses de setembro de 2019 e dezembro de 2020. 

A responsável técnica pelo Setor de Criação de Roedores, Adriana Conceicon, explica que  a implantação destas novas linhagens possibilita o desenvolvimento de novas linhas de pesquisa na Universidade. “O recebimento dessas novas linhagens proporcionará a ampliação de pesquisas da UFMS conduzidas nas áreas biomédicas e agrárias, pois a utilização desses modelos animais possibilitará o refinamento de estudos de diferentes linhas de pesquisas como, por exemplo, a carcinogênese com a possibilidade de xenoenxerto de células tumorais humanas em camundongos atímicos ou ainda, em terapia celular, a partir da rastreabilidade de células tronco mesenquimais em camundongos receptores GFP através de marcação pela proteína verde fluorescente presente nesses animais, favorecendo a descoberta de novos medicamentos, bem como tratamentos com foco na medicina regenerativa”, afirma. 

Recepção das linhagens doadas pelo Instituto Gonçalo Moniz – Fiocruz/BA pela equipe do Biotério Central

“Com a chegada dessas quatro novas linhagens, o Biotério Central cumpre com a sua missão de produzir e fornecer animais de laboratório com qualidade genética e sanitária, para atender às atividades e projetos de ensino, pesquisa e extensão da UFMS”, comenta Adriana Conceicon.

Modelo de estudos para pesquisas em imunologia humana, a linhagem NSG também é muito utilizada em pesquisas de doenças infecciosas, oncologia e terapia celular, já que possui deficiência imunológica grave devido à ausência de células B, T e NK. A linhagem Nude é utilizada em pesquisas como xenotransplante, angiogênese tumoral e carcinogênese. A linhagem NOD é o modelo mais utilizado para estudos de diabetes espontâneo e insulino-dependente e o camundongo GFP é uma linhagem geneticamente modificada que emite marcação pela proteína verde fluorescente presente no corpo desses animais, que favorece a descoberta de novos medicamentos, e também é um dos principais modelos em pesquisas com foco na medicina regenerativa, como terapias com células tronco e transplante de tecidos.

Sala de Linhagens Especiais no Setor de Criação do Biotério Central

Com a implantação, o Biotério Central da UFMS passa a ter 12 colônias de diferentes linhagens que podem atender diversas linhas de pesquisas, incluindo as realizadas nos câmpus. Neste caso, é necessário encaminhar via SEI o processo de “Ética em Pesquisa: Utilização de Animais de Laboratório” contendo a linhagem desejada, a quantidade, sexo e a data de retirada. “É importante salientar que os pedidos só serão aceitos mediante o encaminhamento do Certificado de Aprovação do Projeto emitido pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA/UFMS). Lembrando, também, que a retirada dos animais no Biotério Central é de responsabilidade do pesquisador, uma vez que não dispomos do serviço de transporte de animais para outros institutos, faculdades ou câmpus”, ressaltou Adriana.

A equipe do Biotério Central disponibilizará as novas linhagens para a comunidade acadêmica a partir do segundo semestre deste ano. Os pesquisadores interessados podem entrar em contato com a equipe pelo e-mail bioterio.inbio@ufms.br, pelos telefones (67) 3345-3540 e 3345-7337, de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h.

Texto: Gabriela Vilela (estagiária da Agecom), com imagens cedidas pelo Biotério Central