Análise espacial dos casos de Covid-19 é divulgada em plataforma

A iniciativa de organizar os dados acumulados sobre a Covid-19 no Brasil, e em específico no estado de Mato Grosso do Sul e na região de fronteira, por meio do projeto “Análise espacial dos casos de Covid-19”, ganhou nova ferramenta com a inserção de imagens, gráficos e animações como gifs na Plataforma Powerbi (https://bityli.com/tzjBp).

“Essa é mais uma forma de oferecer todos os dados já acumulados sobre a doença em tempo real e disponibilizá-lo para todos os estudiosos do problema”, explica a professora Elisa Pinheiro de Freitas, do curso de Geografia e do Mestrado em Estudos Fronteiriços (Cpan), coordenadora do projeto.

A ideia de levar todas as informações e imagens para uma plataforma partiu do  graduando do curso de Geografia Eduardo Henrique Rezende Santos, que passou a integrar a equipe do projeto também formada pelos professores do Cpan Sérgio Isquierdo e Claudia Araújo e dos bolsistas de iniciação científica do curso de Geografia Leandro Pereira Santos (PIBIC) e Rafael Rocha Sá (PICV), entre muitos outros voluntários.

Desde 30 de maio o projeto fornece às autoridades públicas municipais de Corumbá e Ladário produtos cartográficos que mostrem, espacialmente, a concentração dos casos de Covid-19 na região, bem como a dispersão da doença no sítio urbano. Com o crescente interesse, o trabalho foi expandido para Mato Grosso do Sul e Brasil.

“Depois da divulgação do projeto no site da UFMS, nossos acadêmicos do curso se interessaram em participar como voluntários. Então, iniciamos capacitação on-line com aqueles que queriam aprender a utilizar os softwares de geoprocessamento. Com mais pessoas trabalhando os dados, foi possível estender a análise espacial para todo o MS. O nosso trabalho tem sido bastante elogiado pela equipe da Fiocruz e como a doença chegou também nos assentamentos, a nossa equipe começou a fazer os mapeamentos também para as áreas onde estão as populações tradicionais do pantanal sul-mato-grossense. A partir das localizações dessas populações, elaboramos os mapas e repassamos ao Comitê Operativo de Emergência”, explica a coordenadora.

O trabalho desenvolvido está servindo de referência para outras regiões do Brasil. “A prefeitura utiliza os mapas mais simplificados para o Boletim Epidemiológico. A nossa equipe extrai muito mais informações que podem ser espacializadas e podem servir para gerar novas pesquisas. Outras universidades e institutos federais também fazem uso dessa ferramenta como é o caso do Cefet-MG”, diz a professora ao informar ainda que, por meio de parcerias, será organizado também o dossiê Covid-19 com chamadas de artigos.

Análises espaciais

Os pesquisadores organizam os dados numa base espacial e divulgam essas informações espacialmente para orientar as pessoas, demonstrando onde seriam as áreas de maior risco. Com a geolocalização dos casos, as informações são repassadas à Secretaria Municipal de Saúde, apontando onde poderia haver focos de disseminação. Isso possibilita ao poder público fazer a desinfecção das ruas e houve aumentou dos testes nas vizinhanças dos casos confirmados.

A partir dos dados, os pesquisadores também calcularam a quantidade possível de casos até o final de junho e final de agosto. A questão geográfica permite calcular também a velocidade de contaminação. Também foi feita a contabilidade em relação a quantidade de leitos que existem e a quantidade de possíveis pessoas que poderão demandá-los.

O objetivo final do projeto é publicar um atlas que mostre o avanço da doença em tempo real por meio dos mapas e isso serve para justamente ajudar a planejar políticas públicas locais de contenção da doença, segundo os pesquisadores.

Texto: Paula Pimenta